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28/05/2009
Emilio Pucci - dono de um estilo inspirador!

O estilista italiano Emilio Pucci (foto 1) está no nosso imaginário como aquele que criou estampas geométricas ultracoloridas que viraram mania nos anos 60, mas sua contribuição ao mundo da moda vai muito além disso.

Leia abaixo um pouco da história deste dono de um estilo determinante, que recusa as fronteiras da história e do tempo. Coisa para poucos, não?

Autêntico admirador da femilinidade, severo crítico dos limites impostos às mulheres pela moda, livrou as mulheres dos enchimentos, dos forros, dos corpetes, criou modelos que uniam o bom gosto à informalidade com concepções leves, flexíveis e desprovidas de forros. Criou vários tecidos como a jérsei de seda que patentiou como Emilioform (foto 2). Apaixonado por tecidos sintéticos e por esportes, Pucci se lançou ao sportswear desde o início de sua carreira como designer de moda no final dos anos 40 e início dos 50 ao criar roupas para esqui.

Nessa época, a moda era totalmente influenciada pela alta-costura francesa e o New Look de Christian Dior era o grande sucesso mundial. Paralelamente, era desenvolvida nos EUA uma florescente indústria do sportswear que buscava aliar a elegância ao conforto. Pucci, que havia estudado em escolas americanas, parecia compreender muito bem essa nova necessidade.

De origem nobre, nasceu em 20 de novembro de 1914, na cidade italiana de Nápoles e carregava o título de marquês de Barsento. Ele pertencia a uma das famílias mais importantes da aristocracia italiana e estava acostumado ao requinte e à sofisticação da vida florentina. A união entre o antigo e seu espírito moderno e arrojado ajudou a criar uma imagem fascinante que logo atraiu a imprensa americana.

A ilha de Capri, no final dos anos 40, foi muito importante na carreira de Emilio Pucci. Todo o clima da ilha italiana teve grande influência também na escolha das cores e estampas de suas criações que mais tarde caracterizaria o chamado estilo Pucci que até hoje veste mulheres de bom gosto no mundo todo.

Já no início dos anos 60, Emilio Pucci e sua mulher Cristina, jovem baronesa com quem se casou em 1959, formavam um dos casais mais conhecidos de Capri a Nova York, passando por Paris e Londres. Suas roupas e os mais diversos acessórios como bolsas, sapatos, chapéus e lenços, foram usados e fotografados por Lauren Bacal, Elizabeth Taylor, Audrey Hepburn, Marilyn Monroe entre outras estrelas e personalidades.
Nessa época, ele criou uma revolucionária linha de roupas íntimas em seda strecht que não comprimiam o corpo feminino, o que era comum ainda nesse período para apertar a cintura e evidenciar os seios.

A partir daí, surgiram outros desafios, como a criação de uma coleção de porcelana de mesa e, em 1965, a criação de um guarda-roupa completo para as aeromoças da Braniff International, uma extinta companhia aérea texana. E entre tapetes, louças e toalhas de banho, Pucci desenhou, em 1971, o emblema da missão Apolo 15 para a Nasa e, em 1977, o modelo e o interior do Ford Lincoln Continental.

Ao longo de sua carreira, Pucci criou quatro coleções ao ano, mais de 500 modelos desenhados para suas lojas e para a alta-costura. A coleção mais conhecida do estilista foi a de 1966, chamada Vivara (foto 3), o mesmo nome do seu primeiro perfume lançado em fevereiro do mesmo ano. O motivo gráfico Vivara sintetiza as linhas e formas abstratas mais distintas de sua carreira, tendo sido reproduzidas em seda, algodão, toalha, plástico e papel. O ano de 1967 foi marcado pela chamada "puccimania" que se estendeu pelos anos 70.

Sua imagem de moda vanguardista o colocou entre os grandes estilistas nas décadas de 60 e 70. Épocas de contestação e libertação femininas, suas roupas de tecidos pintados, estampados e bordados, produzidas com materiais inovadores, privilegiavam a identidade da mulher de seu tempo.

Pucci já havia percebido toda a mudança cultural pelo qual passava o mundo e, conseqüentemente, a mudança de comportamento que afetaria a moda. A influência da juventude na evolução da estética era inevitável. O estilista retomou então o jeito esportivo e funcional dos anos 20. Golas pequenas (foto4), cinturas baixas para vestidos, lenços com franjas enormes, tecidos leves e moles e proporções regulares dos ombros acompanhavam as tendências do que era usado nas ruas.
Até 1976, o espírito de suas criações era o conforto através de formas amplas e tecidos leves e suas roupas também foram muito influenciadas pela ecologia. Motivos florais, tons pastel, feminilidade e romantismo estavam de acordo com o espírito de liberdade jovem da época.

Nos anos 80, houve uma renovação do chamado "made in Italy", impulsionado pelo desejo de profissionalismo e pela volta aos tecidos clássicos e naturais. O prêt-à-porter ganhou força e surgiu a figura do fashion designer, com uma união criativa entre a indústria e o mercado.
Estavam em alta as roupas estruturadas, as decorações preciosas e a marca Pucci voltou a fazer roupas sofisticadas com tecidos nobres e estampas geométricas em tons pastéis.
No entanto, Pucci recusou-se a descentralizar sua produção. Uma vez ele disse: "nasci alfaiate e considero-me como tal. Meu trabalho é o trabalho de um artesão cujos objetivos são a qualidade e o estilo". Seu gosto por esse ofício o fez, ao lado de sua filha Laudomia, transformar seu negócio em laboratório de pesquisa.

Antes de morrer, em 29 de novembro de 1992, Pucci ainda assistiu a um retorno inesperado do seu trabalho. Usadas por personalidades como Paloma Picasso e Isabella Rossellini (foto 5), suas criações ocupavam novamente as páginas das revistas e jornais de moda.


Este texto retiramos do portal UOL no link http://www2.uol.com.br/modaalmanaque/estilistas/estilistas_pucci.htm


 
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